Web Services

Resposta para problemas que você tinha e já havia perdido a esperança.

por Márcio Boaro

É comum escutarmos que informática cria soluções para problemas que não tínhamos. No caso dos Web services a questão é outra, isto me ocorreu quando estava proferindo uma palestra para desenvolvedores sobre a importância dos Web Services hoje, e via que cada vez que eu dizia eles eram a solução para reutilização de código, comunicação entre ambientes heterogêneos, etc. via um sorriso no ar. Todos com um sentimento comum de deja vù, no rosto, a expressão de "já vi este filme". Já faz muito tempo que esperamos soluções para reutilização de código e interoperabilidade entre ambientes heterogêneos. E as promessas foram tantas que mesmo os menos céticos, já estão desanimados.

Então, cabe explicar porque acredito que as promessas desta vez serão cumpridas com o uso de Web Services e o porquê de minha fé, que pelo visto, por enquanto, não é compartilhada com todos. Para que uma tecnologia seja implementada facilmente, sua interface precisa ser simples, de fácil implementação. É uma questão aparentemente óbvia, mas parece que nem todos tinham isso claro quando pensavam em outras soluções. Todas as soluções anteriores para reutilização de código e para comunicação de aplicativos entre ambientes heterogêneos usavam interfaces proprietárias e complexas.

Qual é a interface dos Web Services? Eles utilizam como interface, ou mais do que isso, como base de tudo, o mais simples dos recursos: o arquivo texto. Sim, porque o que é um XML? É um arquivo texto com tags. Nada mais do que isto. Por conta dessa simplicidade que a Internet é o sucesso que é!

A simplicidade da utilização do Html é a principal razão da explosão da Internet, e de forma análoga é facilmente previsível que a implementação de negócios na Internet será um sucesso com o uso de XML. Vamos supor que amanhã surja um novo sistema operacional, qualquer um que quiser gerar criar um novo browser para um este novo sistema operacional, e os usuários desse novo sistema operacional poderam navegar pela Internet com facilidade.

Baseadas nos erros do passado, e nos acertos (principalmente da internet) foi pensada a estrutura para o uso comercial de Web Services. Hoje quando arquitetamos antes de começar a desenvolvê-la, devemos verificar a existência de serviços semelhantes às minhas necessidades e, para isso, existe o uddi.org, criado tanto para normalizar, como também para ser um cadastro global de Web Services (Universal Description, Discovery and Integration - UDDI). Ao entrarmos no site http://uddi.org (ou ainda no http://uddi.microsoft.com) encontramos um enorme cadastro de serviços, devidamente agrupados por categoria e tipo.

O uddi pode ser visto como um "contrato" para uso de um Web Service. Com ele temos a descrição do seu objetivo, de que forma ele pode ser utilizado, quem o construiu, entre outros. A introdução destes serviços será muito rápida por já ter sido pensada e normalizada antes da sua introdução. O Uddi.org, centro mundial dos serviços, tem sua estrutura pensada para agregar serviços do mundo todo. É interessante pensarmos que é uma das poucas vezes em que uma coisa é organizada no nascedouro e com amplitude global.

Para a total integração do chamado "mundo virtual" à realidade do mercado precisamos de um elo de ligação e é difícil pensarmos em serviços globais integrados se cada um utilizar um banco de dados próprio. É uma situação análoga ao que aconteceu nas redes corporativas, com seus sistemas. Da mesma forma que os dados corporativos devem ter uma forma de acesso único para a corporação, com o uso de Web Services podemos acessar estes dados onde quer que eles estejam sem duplicidades. Através dessa idéia teremos na Internet um ambiente muito mais confortável para o usuário médio e mais fácil para os desenvolvedores de sistemas. E as promessas até que enfim serão cumpridas.

Sobre o Autor

Márcio Boaro (marcio.boaro@csit.com.br) é diretor de tecnologia da CSIT.