Desenvolvimento - CSS
CSS - Mitos e realidade
Há algum tempo o autor vem pensando em escrever uma matéria expondo algumas das suas convicções e opinião sobre o uso das CSS para construção de sites. Veja neste artigo alguns mitos e realidades.
por Maurício Samy SilvaIntrodução
Há algum tempo venho pensando em escrever uma matéria expondo algumas das minhas convicções e opinião sobre o uso das CSS para construção de sites.
Um comentário muito bem detalhado e apropriado, postado em um de meus tutoriais, por um leitor acabou por me motivar a escrever.
Aquele comentário, junto com outros que frequentemente leio e ouço aqui e ali, proporcionou-me uma idéia interessante para estruturar esta matéria.
Mitos x Realidade
Vamos a algumas das afirmativas correntes, encontradas com frequência em blogs, fóruns, artigos escritos em sites para desenvolvedores e conversas e trocas de idéias informais.
Mito:
As CSS limitam a criatividade.
Realidade:
Desenvolver sites com CSS não interfere em absoluto com a criatividade. Não limita e nem expande os horizontes do criador. Toda criação conseguida à maneira ultrapassada de projetar sites é possível de ser replicada com CSS.
A diferença está no fato de que as CSS facilitam e simplificam a consecução e manutenção dos efeitos criados pelo designer. O domínio das técnicas (X)HTML e CSS em particular e das Web Standards em geral é fundamental para desenvolver sites sem amarras à criatividade.
Uma prova irrefutável da criatividade totalmente liberada em sites criados com CSS está a nossa disposição no Zen Garden, onde desenvolvedores do mundo todo expõem sua criação em páginas Web de design para todas as preferências.
Recomendo uma visita a http://www.csszengarden.com/.
Mito:
No mercado hoje, vejo as CSS como um nicho de mercado para projetos para deficientes.
Realidade:
Esta é uma afirmativa baseada em um conceito simplista e equivocado de deficiência. Conceito que associa deficiente com pessoas cegas, surdos-mudos e paraplégicos.
É preciso que o desenvolvedor Web assimile o conceito de pessoas portadoras de necessidades especiais.
Este é o termo sabiamente empregado pela legislação atual para definir os grupos de pessoas com algum tipo de restrição.
Outro conceito a assimilar é o de acessibilidade à Web.
Significa garantir condições de acesso igual para todos, independente de suas necessidades e dispositivos utilizados.
Leitura recomendada: http://www.geocities.com/claudiaad/acessibilidade_web.html#Introduction
Mito:
Deficiente não é um grupo que faça parte do meu público alvo.
Realidade:
Outra afirmativa baseada em um conceito simplista e equivocado de deficiência.
Ressalvados casos muito específicos (intranet, grupos fechados, público enumerável, etc) qualquer público alvo generalizado para um documento publicado na Internet, deverá a princípio incluir um subconjunto não desprezível de pessoas portadoras de necessidades especiais com real interesse em acessar o site.
Descartar do público alvo, sem uma análise mais profunda, um grupo de pessoas portadoras de necessidades especiais tem sido um equívoco comum, herdado de práticas ultrapassadas quando nem sequer eram considerados tais grupos.
Mito:
Eu uso muito css para criar classes de textos e definir as particularidades de cada um, mas o layout eu construo com tabelas.
Realidade:
Já é um primeiro passo importante e a quem tem o mesmo conceito de uso das CSS convido a ir além de criar classes.
Normalmente a primeira descoberta de quem se interessa por CSS é a clássica retirada do sublinhado dos links. A seguir a descoberta de que é possível alterar o estado dos links com a:link, a:visited, a:hover, a:active. Na sequência a descoberta das classes CSS e a consequente manipulação das propriedades das fontes. Tudo muito fácil de aprender e usar.
A partir daqui surge a primeira dificuldade:
Como estilizar de maneira diferente links em uma mesma página?.
A maioria consegue resposta a esta dúvida.
Muitos param por aqui, e consideram estar usando todo o potencial das CSS.
CSS é muito mais do que retirar sublinhados de links e mudar cor de fonte.
Alguns seguem adiante e ensaiam seus primeiros posicionamentos com CSS projetando e manipulando DIV"s. Destes a maioria desiste por achar que é mais fácil posicionar com tabela. Os poucos que ultrapassam esta fase, projetam seus primeiros layouts sem tabelas e acabam por descobrir todo o potencial das CSS.
Minha convicção é que este mito é fruto de um desconhecimento das técnicas CSS de construção de layout. Nunca li ou ouvi um comentário deste tipo, vindo de um projetista Web que realmente conheça como construir um site à maneira antiga e como contruir com uso de CSS.
Mito:
Uso tabelas por considerar mais fácil e prático do ficar criando dezenas de div"s e de classes de alinhamento dos elementos em uma página.
Realidade:
Outra visão equivocada das CSS. O conceito de que um layout CSS é um documento onde se substitue cada célula de uma tabela por uma DIV é outro mito criado por desconhecimento das técnicas CSS de posicionamento.
Propriedades CSS como margin, padding, border, left, right, background e tantas outras, permitem manipular a aparência e posição de elementos e seletores em uma página sem necessidade de criar div"s e classes simulando os mesmos efeitos criados por inúmeras células de tabelas vazias e aninhamentos.
O correto emprego dos potenciais CSS torna o projeto muito mais fácil e prático do que o emprego de tabelas. Além disto, a manutenção e atualização do site torna-se uma tarefa ridiculamente simples, uma vez que basta alterar um e somente um arquivo para interferir no site inteiro.
Recomendo uma leitura do tutorial DIV Mania que esclarece com exemplos minha convicção.
Mito:
Quando vc se refere a uma página funcionar em todos o disposivos (pc, pda, cel.) discordo plenamente, pois fazendo isso, deixo de usar todo o poder de um pc, limitando-o ao que posso ver em um PDA.
Realidade:
Uma das inúmeras vantagens do uso das CSS para desenvolver sites é a possibilidade de servir a mesma marcação (X)HTML tanto para um PC quanto para um PDA ou qualquer outro agente de usuário.
Isto é possível graças as folhas de estilos específicas para uma determinada mídia. Uma tag link colocada na seção HEAD do documento, define a renderização da forma mais apropriada para o dispositivo que solicitou o documento.
Você escreve uma folha de estilo para:
- mídia print : impressão;
- mídia screen: tela de um monitor;
- mídia handheld: dispositivos portáteis;
- mídia projection: projetores;
- outras
Linca as folhas no documento e pronto! Nada de limitar um PC em função de um PDA. Nada de criar uma versão para impressão. Nada de impor uma mídia em função da outra.
E, mais um mito desfeito.
Mito:
Por mais que eu ainda não concorde com as CSS para "uso geral no site", vou continuar lendo seus artigos para que me prove o contrário.
Realidade:
Na verdade não se trata de um mito.
Esta foi a frase com que um leitor gentilmente encerrou seus comentários e eu aproveitei para encerrar esta matéria.
Caro leitor, você que teve a paciência chegar até aqui, afirmo que não tenho qualquer pretensão de provar nada, gostaria que você descobrisse por si próprio. Assim, deixo minha mensagem de incentivo ao estudo das CSS além das fronteiras de cores em fontes e sublinhados em links.
Meus votos que você descubra todo o potencial desta fantástica ferramenta para construir sites e se tornar como eu um apaixonado pelas CSS.
Mas, alerto desde já, muita dedicação e estudo, porque não é tão simples como parece a primeira vista.
Esta visão de simplicidade nas CSS, não raro acaba por frustrar muitos e remetê-los de volta a práticas ultrapassadas.
Nota: "Eu amo CSS" - Este foi o título que eu havia pensado para esta matéria e mudei à última hora para CSS - Mitos e realidade. :-)