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Cérebro não é chip e emoção não é sistema operacional

Leia nesse artigo dicas sobre o envolvimento das pessoas para alcançar o sucesso em um projeto.

por Joselito Nascimento



Prezados colegas, mais uma vez, venho me posicionar sobre aspectos "NÃO TÉCNICOS" neste nosso valioso canal de discussão e troca de experiências. Respeito e admiro muito uma boa técnica, um código limpo, uma função objetiva, uma procedure inteligente, ou seja, um programa bem feito, entretanto, nós programadores, analistas, gerentes de projeto entre outros, devemos nos lembrar sempre que não só de "IF", "FOR" e "WHILE" é feito um sistema eficaz, existe um outro lado, uma outra margem, que às vezes, por sermos essencialmente técnicos, por estarmos demasiadamente envolvidos com as ferramentas para o seu desenvolvimento ou mesmo tentando resolver nossos "BUG"s" que simplesmente esquecemos, ou na melhor das hipóteses, subjulgamos essa outra margem, que são as pessoas que irão utilizar e/ou se beneficiar do resultado do nosso trabalho. Sei que a principio, pode parecer tolice, mas a experiência me faz convicto que não é, que existem nuances que podem fazer com que uma boa idéia, não venha a se tornar um "CASE" de sucesso.

Algumas são clássicas, como a "Reação as Mudanças": existe um mecanismo natural de defesa das pessoas contra o desconhecido, o novo. "Eu trabalho aqui há anos, e esse "CARA" vem com essas idéias pra mudar o que faço tão bem...", mas existem também algumas não tão claras, "O medo de perder o emprego por causa do sistema que estão implantando": Se esse troço funcionar mesmo, não vão precisar mais de mim..., "A antipatia pelo jeito arrogante do CARA que está implantando o tal sistema": Ele pensa que está falando com quem?, "Pela certeza de que a coisa não vai funcionar": Xii, é a terceira vez que vem com essa história, eu já falei que isso não funciona aqui..., entre outras mais, que com certeza, muitos de nós já passamos. Vou citar alguns tópicos, que em minha opinião são importantes para o sucesso de um projeto, mas não quero fazer disso um manual para o sucesso, apenas expor, para que, principalmente os mais novos, não necessitem calejar tanto as suas mãos, são elas:

a) Ouvir o inaudível: Ouça com atenção as necessidades, os anseios, os desejos, a experiência das pessoas envolvidas no projeto, valorizando-os, mesmo que você não julgue relevante tais aspectos. Lembre-se, são importantes para eles.

b) Humildade: Não é porque você foi laureado na PUC, com doutorado em Oxford que o que o funcionário do almoxarifado relatou, é uma bobagem sem tamanho, reflita talvez esse funcionário possua uma visão do processo, tão ou mais clara que os seus superiores.

c) Confiança: Transmita sempre confiabilidade no que está falando ou propondo, quando não souber, diga com clareza, "não sei", "não entendi", "pode repetir?", desculpas esfarrapadas ou comentários inconsistentes, são facilmente percebidos.

d) Parceria: Evite pressionar e nunca ameace para conseguir o que precisa, tente sempre trazer a pessoa para o seu lado, fazendo dele o seu parceiro e co-responsável pelo sucesso do projeto.

e) Prazos: Importantíssimo o cumprimento de prazos, para que o trabalho tenha características de seriedade e profissionalismo, sendo fundamental que os prazos sejam cumpridos por ambos os lados. Uma dica, sempre que possível, determine seus prazos além do tempo necessário para a sua realização, pois grande será a satisfação do seu cliente, se você antecipar a entrega, entretanto, a sua insatisfação será maior ainda se você atrasá-la por qualquer que seja o motivo.

f) Informação: Mantenha o seu cliente sempre informado, isso gera no mesmo, um sentimento de co-responsabilidade pelo projeto.

g) Treinamento: Mesmo para um usuário que é "FERA", um treinamento bem estruturado é fundamental para a correta execução das rotinas do sistema. È comum o cliente falar que entendeu, e depois ficar ligando ou enviando e-mail sobre dúvidas que você jamais esperaria que "AQUELE CARA" tivesse.

h) Reconhecimento: Fundamental compartilhar de forma clara e objetiva, parte do sucesso aos seus usuários. Mostrando-os que sua parceria e co-responsabilidade foram ingredientes para o sucesso, facilitando com isso, suas próximas empreitadas.

Posto isto, quero apenas reforçar que apesar de trabalharmos numa área essencialmente técnica, convivemos diariamente com pessoas, que agem e reagem de forma distinta a impulsos semelhantes, e que devemos estar aptos a lidarmos com estas situações, pois, conscientizemos que, cérebro não é chip, emoção não é sistema operacional.
Joselito Nascimento

Joselito Nascimento