Fundamentos do Gerenciamento de Projetos: Algumas coisas interessantes antes de “colocar a mão da massa”. Parte 02

O Gerenciamento de Projetos é aplicação de diversas habilidades (técnicas, comportamentais e de GP), ferramentas (MS-Project, Primavera), conhecimentos e técnicas (PMI, Price2) para atingir um objetivo temporário, ou seja, um projeto.

por Eduardo Freire

No artigo anterior tratamos um pouco da história do Gerenciamento de Projetos (GP), para tentar demonstrar que o GP é antes de tudo Gestão, do que propriamente uma atribuição extremamente técnica. Por mais que concorde com as literaturas, quando preconizam o perfil abaixo para o Gerente de Projetos:



Mas com relação a esse perfil do Gerente de Projetos, deixemos esse para uma oportunidade posterior, vamos voltar a alguns conceitos básicos e anteriores sobre GP.

Um projeto é um esforço temporário, utilizando-se de recursos (pessoas, equipamentos, etc.), para criação e/ou desenvolvimento de produto ou serviço. Portanto, podemos concluir é todo projeto tem um esforço inicial, o meio e um fim bem definidos. Porém muitas vezes concluímos erroneamente que o projeto é algo com temporariedade curtas, mas existem projetos que podem durar meses ou até anos e são projetos da mesma forma. O importante é que terão final bem definidos, ou que seja daqui a 01 semana ou 100 anos. Além disso, quando formamos uma equipe do projeto, e quando ele é finalizado essa equipe é desfeita e seus membros são realocados em outros projetos.

Outro ponto interessante é como o projeto é progressivo, vejamos um desenvolvimento de site. O projeto inicia com as características de conteúdo, visuais e alinhamento com as estratégias de marketing. Depois definimos qual plataforma utilizaremos tecnologia, premissas de usabilidade e acessibilidade para o público do site. E no período do desenvolvimento ocorre mudança, adequações, que culminam ao final no lançamento do site.

Nesse cenário exposto acima, fica claro a diferença entre projeto e trabalho operacional. Por mais que compartilhem de algumas semelhanças como: recursos, serem gerenciados e utilizarem pessoas. Conforme relatamos anteriormente os projetos são temporários e únicos e o trabalho operacional são repetitivos e contínuos. Ambos têm foco atingir um objetivo, que no caso do projeto é encerrado e no trabalho operacional é cíclico, ou seja, é reiniciado e continua objetivando a manutenção do negócio.

Então você se questiona, por exemplo, todo ano eu tenho o projeto de desenvolver o site da minha empresa, isso não seria operacional, pois é continuo e repetitivo?Na verdade não. O que acontece é que você se utilizaria do chamado leassign leanings (lições aprendidas) a cada ano que desenvolvesse o novo site, que você já saberia quais os passos para desenvolvimento, as particularidades, etc.. Mas de repente seu site era desenvolvido em um linguagem X, numa plataforma Y e o CIO (Diretor de TI) da sua empresa, decidiu implantar uma ambiente baseado Windows Server System, que dependo da solução você poderia utilizar-se do Share Point Services para criar seu site/intranet. Então dentro do seu Termo de Abertura do Projeto (Project Charter), já teria um premissa de utilizar a tecnologia baseada em Windows Server como Share Point Services no seu site/intranet, que certamente poderia diminuir ou não seu tempo do projeto.

Além do mais, como diria meu professor Américo Pinto, quando procuramos nos diferenciar por processos, não temos um diferencial competitivo, pois processos são facilmente copiados. Porém quando nos diferenciamos pela Gestão, ai sim teremos um diferencial competitivo, pois conforme quadro acima teremos as habilidades comportamentais e isso é individual de cada Gerente do Projeto.

Portanto o Gerenciamento de Projetos é aplicação de diversas habilidades (técnicas, comportamentais e de GP), ferramentas (MS-Project, Primavera), conhecimentos e técnicas (PMI, Price2) para atingir um objetivo temporário, ou seja, um projeto. No próximo artigo vamos falar um pouco sobre planejamento em projetos. Até a próxima.