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A Tecnologia da Informação e as organizações

O mundo atual em constante e acelerado ritmo de mudança, traz consigo diversos desafios para a tecnologia da informação e para os profissionais da área. Responder a essas mudanças, envolve mudar a visão e mesmo a formação do profissional do setor. O artigo não tem a pretensão de esgotar o assunto, mas simplesmente chamar a atenção dos profissionais de T.I. para esse tema tão importante.

por Márcio Andrade Silva



As organizações no mundo inteiro tem sofrido com a crescente concorrência entre os diversos fornecedores de mercadorias e serviços. Essa concorrência chega por vezes a ser predatória, podendo até mesmo colocar em xeque todo um setor, como por exemplo, a guerra de tarifas das empresas aéreas no Brasil que chegam a oferecer passagens por 1 (hum) real e que já tiram alguns players do negócio. Nesse contexto o tempo de vida dos produtos e serviços tem sido constantemente reduzidos, fazendo com que diferenciais competitivos sejam rapidamente copiados pela concorrência e consequentemente anulados, levando as organizações do mundo inteiro a investir maciçamente em pesquisa e desenvolvimento para alavancar potenciais ganhos, ainda que momentâneos sobre os concorrentes.

Neste mundo globalizado e acelerado, poucas organizações podem prescindir dos serviços da tecnologia da informação. Em alguns setores, tais como o bancário, a tecnologia da informação se confunde com o próprio negócio. Nesse contexto, os profissionais de informática são chamados a assumir um papel diferente daquele realizado por eles até um passado recente. De meros técnicos, passamos a ter a responsabilidade de suportar o negócio principal da empresa para qual servimos, não mais apenas informatizando e automatizando rotinas e processos, mas fazendo sim uma nova leitura dos mesmos e de uma posição privilegiada contribuir muito com a otimização do negócio da empresa, migrando para um posto mais elevado e por assim dizer "nobre", qual seja, o de fomentar novos negócios utilizando o potencial da tecnologia da informação como base para permitir que as organizações possam responder com a velocidade necessária a velocidade das mudanças que o mercado em geral impõe as mesmas.

A tecnologia da informação recheada de siglas (J2EE, SOA, ITIL, COBIT, .NET, etc) , não pode ser um fim em si mesma. A Tecnologia da informação necessita do negócio da empresa para sobreviver, mas o contrário nem sempre é verdadeiro, ainda que, essa equação tende cada dia mais a equalizar-se a medida que mais e mais os profissionais de tecnologia da informação consigam fazer essa ponte (alguns chamariam casamento), entre o negócio da organização e a própria T.I.

Os profissionais de tecnologia da informação, ora denominados sobre cargos genéricos, tais como analistas de sistemas, desenvolvedores, programadores, analistas de suporte, DBA"s e outros tantos nomes, devem ter em mente que nunca poderão descuidar do lado técnico, claro, pois trata-se de uma profissão técnica, mas ao mesmo tempo devem procurar se interessar e se informar mais sobre o negócio das organizações para as quais trabalham. Não se concebe mais que um profissional de tecnologia da informação que trabalhe por exemplo para um operadora de telecom, não conheça os fundamentos básicos do modelo de negócio desse setor, como os processos de tarifação, segmentação de público alvo e uma idéia elementar sobre redes de telecomunicações. Claro que não é preciso se tornar um especialista em telecomunicações, mas não é possível mais que um profissional de tecnologia de informação fique entrincheirado no seu setor falando um idioma que somente seus pares compreendem. Se existe uma língua que deve ser falada por todos na empresa, essa é a língua do negócio, mais especificamente a linguagem do negócio da sua empresa.

A tecnologia da informação foi e será cada vez mais uma aliada importantíssima para concretização da missão das empresas. Cabe a todos aqueles que fazem parte desse setor, acompanhar as mudanças que estão acontecendo, para que possamos realizar a missão maior da área de T.I. que é suportar dentro dos seus limites técnicos e éticos a realização da missão da organização na qual esta inserida.
Márcio Andrade Silva

Márcio Andrade Silva - Formado em análise de sistemas pela FAFI-BH.
Pós graduado em Engenharia de Software pela PUC Minas.
MBA em Gestão de Negócios pela UNA - BH