Desenvolvimento - ASP. NET
Arquitetura .NET (MSIL, CLR, CTS, CLS, BLC, JIT...)
Nesse artigo vamos entender: MSIL (Microsoft Intermediate Language), CLR (Common Language Runtime), CTS (Common Type System), CLS (Common Language Specification), BLC (Base Class Library), Metadados ou METADATAS, Assembly, PE (Portable Executable), Compilação JIT (Just in Time), VES (Virtual Execution System), GC (Garbage Collector).
por Junior GuimarãesNesse artigo vamos entender: MSIL (Microsoft Intermediate Language), CLR (Common Language Runtime), CTS (Common Type System), CLS (Common Language Specification), BLC (Base Class Library), Metadados ou METADATAS, Assembly, PE (Portable Executable), Compilação JIT (Just in Time), VES (Virtual Execution System), GC (Garbage Collector).
Antes de começarmos com um mundo de siglas e nomes é muito importante entendermos que a plataforma .NET tem sua complexidade. Mas quando entendida fica fácil de partir para outros assuntos relacionados e é interessante sabermos o que acontece em seu funcionamento e o motivo do porquê a arquitetura .NET é desta forma.
Vamos lá!
A plataforma .NET tem independência na linguagem de programação: com ela é possível trabalhar com várias linguagens diferentes no mesmo projeto e interagir entre elas. Isso é possível por termos uma IL (Intermediate Language), ou seja, linguagem intermediária onde todos os fontes compilados pelo CLR (comentado mais a frente) resultam em uma só linguagem.
Particularmente eu ainda não consegui entender o motivo de alguns acharem que C# é melhor que VB.NET ou vice-versa. Pois, se existe a IL e todo fonte é convertido para essa linguagem, a IL, consequentemente dentro da plataforma .NET todas as linguagens tem a mesma capacidade. E todas acessam os mesmos objetos, então concluímos que todas também tem o mesmo potencial.
Pelo que pude perceber até o momento não há linguagem melhor ou pior. Há linguagem que você melhor se adapta ou prefere.
Os sistemas desenvolvidos em .NET são auto-explicativos: cada programa compilado contém em si informações necessárias em METATAGS que faz com que o runtime não precise procurar as informações no registro do Windows. Por exemplo quando criamos um sistema, o mesmo pode ser executado em qualquer máquina (que suporte a .NET) sem necessidade da instalação. Todas as informações necessárias para que o sistema seja executado são encontrados dentro nas METATAGS dentro dele mesmo. Com isso temos um sistema auto-explicativo, pois as informações necessárias estão armazenadas dentro dele e não no registro do sistema operacional.
MSIL (Microsoft Intermediate Language)
MSIL ou IL é a linguagem intermediária dita até agora. Independentemente da linguagem que você escrever seu programa quando compilado será gerado a IL. Mas repare que não é qualquer linguagem que pode ser compilada em .NET. Ela deve aderir as especificações da CLS e CTS (comentadas mais a frente) e só então e linguagem pode ser "nomeada" como XYZ.NET, assim como Python.NET, Cobol.NET etc.
CLR (Common Language Runtime)
É o ambiente de execução das aplicações .NET. O CLR cuidará do gerenciamento de memória através do GC (visto mais a frente). Este gerenciamento de memória torna o programa menos propício a erros.
Outro item muito interessantes da .NET é a conversão da sua linguagem, por exemplo COBOL, para IL e é neste estágio entra o compilador JIT (Just-in-Timer) um componente da CLR que interpreta a IL e gera a linguagem de máquina na arquitetura do processador.
CTS (Common Type System)
É a definição de tipos de dados onde tudo é um objeto e deriva da classe System.Object, que é o núcleo do sistema de tipos.
Pensando que tudo é um objeto, logo tudo deriva da classe System.Object e, por isso, os projetistas da .NET organizaram o sistema de tipos de dados de duas formas:
Tipos Valor: variáveis deste tipo são alocadas na pilha e têm como classe base System.ValueType, que por sua vez deriva da System.Object.
Tipos Referência: variáveis deste tipo são alocadas na memória heap e têm a classe System.Object como classe base.
Veja melhor como fica a estrutura de tipos com esta separação:
-- System.Object
---- Tipos valor
------ Estruturas
------ Tipos Enumerados
---- Tipo Referência
------ Objeto
------ Interface
------ Ponteiros
O que aconteceria se não fosse assim?
Seria da seguinte forma:
-- System.Object
---- Estruturas
---- Tipos Enumerados
---- Objeto
---- Interface
---- Ponteiros
Não teria a diferença entre Tipo valor e Tipo referência.
CLS (Common Language Specification - Especificação comum de dados)
Define um conjunto de regras que as linguagens que implementam a .NET devem seguir para que a CLR possa gerar a IL.
Esse é um dos motivos de podermos criar sistemas em diferentes linguagens e interagir entre elas dentro da .NET. No momento da compilação é gerado um código único intermediário (IL) e todas essas linguagens suportadas pela .NET seguem as regras da CLS, para que depois de gerado a IL, ela seja interpretada corretamente pela CLR, como já dito acima.
BCL (Base Classe Library - Biblioteca de Classe Base)
Como o próprio nome diz, na biblioteca de classe base você encontra sistema de janelas, biblioteca de entrada/saída de dados, sockets, gerenciamento de memória, etc.
Esta biblioteca é organizada em uma estrutura conhecida como namespace, ou seja, imagine que você precise atribuir um nome ao seu componente para que o mesmo possa ser referenciado a partir de outro programa. Abaixo seguem alguns namespaces da .NET
System:
Contém algumas classes de baixo nível usadas para trabalhar com tipos primitivos, operações matemáticas, gerenciamento de memória etc.
System.Collections:
Contém pilhas, filhas e listas encadeadas.
System.Data, System.Data.Common, System.Data.OleDb, System.Data.SqlClient:
Acesso a base de dados. Aqui também se encontra o ADO.NET
System.Diagnostics:
Log de Event, medição de performance, gerenciamento de processos, depuração etc.
System.Drawing e namespace derivados:
A .NET oferece uma biblioteca de componentes para trabalhar com gráficos, chamadas GDI+, que se encontra neste namespace.
System.IO:
Biblioteca para lidar com entrada e saída, gerenciamento de arquivos etc.
System.NET:
Bibliotecas para programação de redes, sockets etc.
System.Reflection:
Biblioteca necessária para gerar código em tempo de execução, descobrir tipo de variáveis etc.
System.RuntimeInteropServices e System.Runtime.Remoting:
Fornece bibliotecas para interagir com código não-gerenciado.
System.Security:
Criptografia, permissão e todo o suporte referente à segurança.
System.Threading:
Biblioteca para aplicações multithread
System.Web:
Biblioteca sobre tudo relacionado a Web, como Webservices, ASP.NET etc.
System.Windows.Forms:
Bibliotecas para o desenvolvimento de aplicações Windows tradicionais.
System.XML:
Biblioteca que permite a interação com documentos XML.
Estrutura da arquitetura .NET em camadas:
Primeira: Linguagem de programação preferida e aceita pela especificação da CLS e CTS.
Segunda: BCL (Base Class Library)
Terceira: CLR (Common Language Runtime)
Quarta: CTS (Common Type System) e CLS (Common Language Specification)
Explicando melhor as camadas e para que servem, ficaria da seguinte forma:
Você usará sua linguagem de programação preferida e que seja suportada pela .NET (primeira camada) e então criar seus sistemas. E, para criá-los, você acessará as classes da BCL, já que tudo é objeto em .NET. (segunda camada) Feito isso, seu programa deverá ser compilado e então gerado a IL que, por sua vez, será interpretada pela CLR (terceira camada), que deverá passar pelas especificações da CTS e CLS (quarta camada).
Metadados ou METADATA
Seu programa feito na plataforma .NET, como já dito, não utiliza o registro do Windows por ser auto-explicativo. As informações são armazenadas em METADATA dentro de cada programa no momento da compilação.
Que informações são essas?
Descrição dos tipos (classes, estruturas, tipos enumerados etc) usado na aplicação, podendo esta ter sido gerada em forma de DLL ou executável.
Descrição dos membros (propriedades, métodos, eventos etc.)
Descrição de cada unidade de código externo (assembly) usada na aplicação e que é requerida para que esta execute adequadamente.
Resolução de chamada de método.
Resolução de versões diferentes de uma aplicação.
Outra coisa muito importante nas aplicações .NET é que mesmo duas aplicações sendo homônimas, elas convivem normalmente no mesmo ambiente. Isto acontece porque na METADATA contem a versão de cada um, evitando o conflito entre as aplicações. A CLR procura na METADATA a versão correta da aplicação a ser executada.
Assembly
Toda aplicação .NET, quando compilada, é armazenada fisicamente numa unidades de código denominada assembly. Uma aplicação pode ser composta de um ou mais assemblies, os quais são representados no sistema de arquivos de sistema operacional host na forma de arquivos executáveis, de extensão .EXE, ou de uma biblioteca de ligação dinâmica melhor conhecida como DLL, de extensão .DLL.
PE (Portable Executable - Executável Portável)
Isto significa que o fonte gerado poderá ser interpretado (executado) em qualquer plataforma que tenha suporte .NET, sem necessidade de recompilação do fonte.
Compilação JIT (Just in Time)
O compilador JIT, também conhecido como JITTER, converte as instruções da IL para instruções específicas da arquitetura do processador onde a aplicação .NET esta sendo executada.
Temos três tipos de JITTER:
Pre-JIT: Compila de uma só vez todo o código da aplicação .NET que esta sendo executada e o armazena no cache para uso posterior.
Econo-JIT: Utilizado em Hand-Helds onde a memória é um recurso precioso.
Sendo assim, o código é compilado sob demanda e a memória alocada que não esta em uso é liberada quando o dispositivo assim o requer.
Normal-JIT: Compila o código sob demanda e joga o código resultante em cache, de forma que esse código não precise ser recompilado quando houver uma nova invocação do mesmo método.
VES (Virtual Execution System - Sistema de execução virtual)
É um processo de compilação e é aqui onde o JITTER é ativado quando uma aplicação .NET é chamada. O windows identifica que esta é uma aplicação .NET e uma runtime Win32 passa o controle para a runtime do .NET. Neste momento a compilação do PE é efetuada e só então o código assembly próprio da arquitetura do processador é gerado para que a aplicação possa ser executada.
Vamos ver todos os processos em camadas:
Primeira: Sua linguagem de programação
Segunda: IL
Terceira: CLR (Compilador JIT - Código nativo gerenciado - Execução do código)
Quarto: Dispositivo de saída: PentiumX, Mobile etc.
Em outras palavras as camadas e para que servem ficaria da seguinte forma:
Você desenvolve seu aplicativo (primeira camada) e compila gerando a IL (segunda camada). Após isto a CLR interpreta (quando o aplicativo for executado) e compila com o JIT, gerando o código nativo da arquitetura do processador e o executa (terceira camada). De acordo com o dispositivo de saída é gerado um código nativo da arquitetura do processador diferente (quarta camada).
GC (Garbage Collector - Coletor de Lixo)
Gerenciar memória não deve ser uma preocupação de quem desenvolve sistemas para tratar sobre regras de negócio e com .NET você não precisa se preocupar com o gerenciamento de memória porque o GC faz isso pra você. Quando uma área de memória não esta mais em uso, o GC trata de liberá-la. E quando necessário a utilização de um novo espaço o GC também faz isso pra você. Não é por isso que você deixará de finalizar seus objetos, mas caso isso aconteça (esta é a pior das hipóteses) o GC tratará este caso.
Apesar de que mesmo você não trabalhando com C/C++, em .NET você também poderá gerenciar memória o que torna o desempenho maior. Em contrapartida é considerado um método inseguro, conhecido como "unsafe code".
E chegamos ao fim deste artigo, ou melhor, acabamos de descobrir que ainda temos muito o que aprender.
Caso você tenha alguma dúvida ou sugestão sobre este artigo, por favor mail-me.
Até a próxima!
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